Previously, players were more loyal to their football club

Olá amigos, tudo bem com vocês?

Para quem cresceu vendo o futebol no Brasil nos anos 90 e 2000, deve entender o quanto um jogador profissional era muito querido e respeitado porque valorizava seu clube que defendia. Era nítido a demonstração de amor que a camisa representava. Antigamente posso dizer alguns nomes de jogadores que hoje se aposentaram, mas que defenderam apenas um clube de futebol em sua carreira toda. Nomes como Rogério Ceni e Marcos são bons exemplos.

É claro que defender apenas um clube na carreira não é regra e cada jogador é livre para escolher seu destino, mas mesmo trocando de clube, era muito fácil um jogador se identificar com a torcida e seu time. Posso dizer que o Marcelinho Carioca que foi revelado pelo Flamengo, teve sua carreira de destaque no Corinthians onde é ídolo. Paulo Nunes outro revelado pelo Flamengo nos anos de 1990 e 1994 é reconhecido como ídolo em Palmeiras e Grêmio.

No mundo afora, destaco o italiano Totti que fez sua carreira toda defendendo a Roma e também foi campeão do mundo em 2006. Apesar de receber propostas tentadoras de outros clubes europeus, Totti nunca escondeu seu amor e respeito pela Roma. Isso é sem dúvidas algo de se admirar e como eu disse antes, era bem comum isso nos anos 90 e 2000. Para ficar claro, não posso afirmar se antes dessa época tinha isso, talvez sim, mas apenas estou dizendo da minha geração que vi jogarem.

O amor e respeito pela camisa acabou?

Atualmente esse tipo de situação é bem mais complicada de acontecer, posso até me arriscar em dizer que é um caso raro no Brasil. É lógico que existem casos onde um jogador jogou em dois clubes ou no máximo três em sua carreira, mas com apenas um clube em toda sua vida profissional é algo muito difícil de se ver por aí.

É lógico que hoje em dia existem alguns fatores importantes que fazem o atleta preferir escolher sempre a melhor proposta. Graças a globalização e os milhões de euros envolvidos, fica bastante fácil de escolher seu destino. Hoje em dia aqui no Brasil os jovens da divisão de base de cada clube sonham em jogar na Europa para defender Real Madrid, Barcelona e algum clube do futebol inglês.

São raríssimos os casos de jovens querendo defender e passar toda sua carreira em algum clube do Brasil. Eu sinceramente não conheço ninguém. Cada vez mais jovens estão indo mais cedo para defender clubes na Europa e às vezes vão para lá ainda em período de formação. O Vinícius Júnior foi revelado no Flamengo e quando foi transferido, passou um tempo defendendo o Real Madrid B e hoje vemos o quanto que ele evoluiu técnico e taticamente.

Hoje em dia um caso está sendo bastante discutido na mídia e entre os brasileiros é sobre o Dudu do Palmeiras que havia sido anunciado pelo Cruzeiro no sábado de forma mais aleatória possível. Por quê? Ele está no departamento médico desde o ano passado, em agosto quando na partida contra o Vasco ele se machucou e só se recuperou da lesão há poucos dias.

Dudu é ídolo do Palmeiras, isso já sabemos e principalmente é unanimidade pela sua torcida, um ídolo dessa nova geração e o a forma como esse anúncio de sua saída causou um grande mal-estar e confusão. Para o torcedor palmeirense foi uma traição, uma "facada no coração" já que durante todos esses meses (por volta de 10 meses) ele recebeu seu salário apesar de não está jogando, ele recebe R$ 2,1 milhões por mês e para quem ao sabe, esse é o maior salário de um jogador profissional no Brasil.

Desde sábado e entre idas e vindas, hoje foi anunciado que o Cruzeiro não pretende contratar o atacante e depois do depoimento da presidente Leila Pereira, do Palmeiras, deixou claro que a intenção do clube paulista é de vender e estava tudo acertado entre as partes, mas por conta da repercussão negativa da torcida, o atleta voltou atrás e decidiu que não pretende sair e irá respeitar seu contrato que termina ano que vem.

Hoje em dia, não existe aquele amor que víamos no passado, mas não sejamos hipócritas, pois acredito que seria fácil qualquer pessoa pensar e até aceitar uma proposta com um salário maior, um lugar melhor para viver e entre outras mordomias que os clubes oferecem. Não é à toa que na Arábia Saudita, muitos clubes estão contratando jogadores mundialmente conhecidos e alguns dizem claramente que aceitam por conta do dinheiro que irão receber.

Concluindo

Amor à camisa como antes, acredito que não veremos mais. Existem muitos fatores que vão impedir isso, mas não posso generalizar e talvez por aí possa existir esses jogadores. O torcedor tem que entender que sua paixão é pelo clube e não pelo jogador, pois a qualquer momento ele poderá ser transferido e quando menos esperar estará fazendo gol em seu clube e torcendo como se fosse um gol de Copa do Mundo.

Então, não culpo a vontade de Dudu, mas também a forma como tudo aconteceu, ele foi bastante infeliz e hoje tanto os dois clubes e ambas a s torcidas não estão nenhum pouco satisfeitas por ele.